Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]





Pesquisar

 


A pesca ao tento no sudoeste alentejano

Terça-feira, 30.10.12

A pesca que vulgarmente chamamos de tento/sentir ou francesa, tem vindo com o decorrer dos tempos a ser utilizada no mar com alguns resultados bastante satisfatórios, já vai sendo comum observarmos pescadores com "grandes varas" nomeadamente 7 e 8 metros a utilizá-las nas jornadas de pesca.

 

Esta pesca que vulgarmente lhe chamamos de "tento" ou "sentir", é uma variante dos antigos pescadores que podemos observar muitas vezes com canas da índia de 3, 4 ou 5 metros.

 

Existem alguns pormenores que levam os pescadores da actualidade a utilizarem canas de grandes dimensões em substituição das mais pequenas utilizadas por pescadores mais velhos, entre as quais podemos salientar a da mobilidade e transporte pelas mesmas serem telescópicas, a relação peso/tamanho e fundamentalmente a maior área de pesca que as mesmas proporcionam.

 

Este tipo de pesca tem um ponto negativo, já que no caso de ferrarmos um exemplar de bom porte, podemos ter a infelicidade de o perder mais facilmente, uma vez que não dispomos do auxilio de um carreto para nos ajudar na luta contra esse exemplar de sonho.

 

A utilização deste tipo de canas implica o uso de fios de maior diâmetro tipo de 0.28 a 0.33 mm, e os estralhos devem ter um pouco menos do comprimento da cana e entre 2 a 5 gramas de lastro (chumbo).

Como é uma pesca que mede forças entre um pescador e o peixe não podemos facilitar.

 

A escolha do pesqueiro é basicamente um local que poderá ter rocha, rebolos de pedra ou arenitos ou um misto dos mesmos, teremos de ter atenção também para essa escolha ao pormenor das comedias, isto é, se o pesqueiro tem marisco, já que se for o caso teremos mais hipóteses de apanhar peixe nesses locais.

 

Os iscos utilizados variam muito do local, época do ano, espécies a capturar ou os pesqueiros em si, embora este tipo de pesca seja circunscrito a espécies marisqueiras podemos capturar robalos ou bailas neste sistema.

Qualquer espécie de minhocas, sardinha, camarão, mexilhão, ouriço (ovas), lapas, são iscos a ter em conta e indispensáveis neste tipo de pesca não nos podemos esquecer da utilização de engodo, pois é um aspecto fundamental na obtenção de resultados, podemos optar pela sardinha moída se não queremos ter o trabalho de engodar á mão, mas os resultados são menores já que o engodo á mão tem mais poder de atrair grandes exemplares, podemos ainda utilizar o mexilhão ou o ouriço partido que tem a particularidade de não atrair bogas, mas atrai muitas safias.

 

É uma pesca bastante económica, já que, se não levarmos nem sardinha nem camarão, podemos apanhar iscas na maré vazia, tais como, teagem (minhoca da areia), mexilhão, caranguejo, burriés, perceves, ouriços ou lapas.

Estas duas ultimas espécies de iscas tem uma enorme eficácia, embora a iscagem de ova de ouriço seja uma técnica mais difícil que leva o seu tempo a ser dominada, existem pescadores que enterram os ouriços na areia das praias e os vão buscar na maré seguinte, defendem que assim as ovas ficam mais rijas para iscar neste sistema, outros há que abrem os ouriços retiram uma ova a passam pela saliva, colocando-a muito delicadamente da água. As lapas ou "barrigas de lapa", a parte preta que fica no topo do cone interior da lapa, são outra isca com grandes potencialidades, podem ser apanhadas e iscadas, só a parte preta, ou podemos coloca-las num saco plástico e deixá-las ao sol para tomarem cheiro, e aí são utilizadas por inteiro (miolo), qualquer destes dois iscos da maré os sargos chamam-lhe um manjar.

 

Por último, mas não menos importante, creio que devemos dar alguma importância à qualidade das canas a utilizar, actualmente no mercado existem boas canas em carbono para este tipo de pesca no mar.

 

Fernando Encarnação

VEGA

Autoria e outros dados (tags, etc)

por João Silva às 18:55

Pesca à chumbadinha

Domingo, 18.12.11

chumbadinha3.jpg
A pesca à chumbadinha é uma pesca extremamente gratificante e porventura uma das que permite bons resultados em zonas de fundos rochosos e mistos.

 

A montagem para a chumbadinha é extremamente simples, pois apenas consiste num estralho com cerca de 4 m e a dita chumbadinha de correr até ao anzol. As chumbadinhas são todas furadas e o seu peso é condicionado pelo estado do mar, deve ser o mais ligeiro possível, normalmente entre as 5 e as 15/20 gramas, estas últimas só para mares já bem revoltos.

 

Também se pode pescar directo se o carreto estiver com um fio de 0,20 a 0,25 mm, se o fio do carreto for mais grosso opta-se pelo tal estralho, a não ser que estejamos a pescar aos robalos, aí a conversa já é outra, podendo pescar-se mais grosso. Para esta pesca e para que possamos colocar a chumbadinha longe, as canas a utilizar devem ser bastante sensíveis, acção máxima de 80-100 grs, e com cerca de 4 a 5 metros, os carretos de bóia são excelentes para esta pesca.

 

Não tenham receio de pescar com a chumbadinha encostada à iscada pois dado que o volume da iscada oferece mais resistência à movimentação da água leva a que esta afaste a iscada da chumbadinha. Aliás, logo no lançamento, quando o isco e chumbo tocam na água, estes separam-se de imediato, pois o chumbo desce mais depressa que o isco, por este ser mais volumoso e menos hidrodinâmico desce mais devagar. A acção da aguagem ou corrente faz o resto.

 

Não tenham pois receio que o chumbo fique perto do isco e afugente o peixe, pois tal não acontece. Pesca-se sempre com a cana na mão e o fio ligeiramente folgado a sentir o mar. Se este puxar deixa-se ir a linha mantendo-a ligeiramente esticada e quando o mar a traz acompanha-se com a cana enrolando um pouco. Em dias sem vento é impressionante o grau de sensibilidade que temos com esta pesca. Quase que é possível sentir a iscada a rodar. Preparem-se pois para sentir bastantes toques, notem que só deve ferrar-se quando o peixe arranca mesmo. Por vezes também é habitual o peixe embuchar e ficar sossegadinho sem estrebuchar, por isso de vez em quando devemos recolher 1 ou 2 metros, voltando a folgar quando fizer alguma aguagem.

 

Boas pescarias.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por João Silva às 12:06



Comentários recentes

  • Mauro

    Do best que ja vi na net...partilha de tecnicas e ...

  • Abilio Pires

    Caro senhor,Que bóia me aconselha para aguentar um...

  • João Silva

    Já há novidades?

  • Pedro Franco

    Ora ai está alguém que conhece a costa da Ericeira...

  • João Silva

    Tenho andado um pouco ausente, tanto do blog, como...